Ninguém mais suporta os políticos. Nem eles mesmos se suportam mais. A nova moda no mundo da alta costura de alianças e projetos políticos são os partidos que não se parecem com partidos: os “movimentos”, as “frentes” e as “redes”. Depois do “escola sem partido”, estão querendo nos vender a “política sem políticos”.
Pois deixe-me lhe dizer isso da forma mais objetiva possível: os políticos controlam a sua vida. Não apenas sua vida, mas a de praticamente todos no globo terrestre.
Não adianta entrar em negação. Não adianta falar o nome de um político e cuspir para o lado, como que para limpar a boca ou afastar uma maldição. Não adianta dizer que os quer mortos.
Eles continuarão decidindo o caminho que você toma para ir a qualquer lugar. Decidirão se haverá estradas e o trajeto delas. Decidirão se haverá um colégio, um professor, merenda e o que o seu filho vai estudar. Eles decidirão quem pode casar e com que idade. Se você pode sair com o seu carro em determinado dia. Ou se você poderá ter um carro. Decidirão, até mesmo, o formato da tomada que você usa.
Vou dar um exemplo de outro país. Isso nos dará um certo distanciamento crítico.
Em algum momento, talvez quando estivesse sentado em um lugar recluso e privativo, olhando distraidamente as publicações do seu Twitter enquanto relaxava, Trump pensou: “Vou mudar a nossa embaixada para Jerusalém”. Resultado? Mais de cinquenta mortos nos primeiros protestos, entre eles crianças.
Uma questão complexa e uma decisão apressada; cinquenta vidas perdidas entre elas.
Você está preso aos políticos. Eles continuarão fazendo parte da sua vida até a morte. E torça para que não exista vida eterna e para eles não serem mandados ao mesmo local que você.
Querendo ou não, eles continuarão comandando a sua vida, a de sua família, de seus amigos, inimigos e o país inteiro. Farão suas leis e indicarão, até mesmo, a cúpula do Poder que eventualmente irá julgá-los.
O interessante é que político, em tese, é apenas todo aquele que exerce um cargo político. Se o Manoel da padaria da esquina assumir como prefeito, ele será um político. Talvez não tenha o focinho grande, as orelhas pontudas e a boca enorme e cheia de dentes que você imagina quando pensa em um. Mesmo assim, ele será.
Então, o que fazer?
Manter uma atitude infantil e ficar repetindo “não quero, não quero, não quero”, “não vou votar”, “não adianta nada”, “vou votar em branco” etc.? Talvez, acabar com eles? Sair caçando um por um, como certos políticos sugerem exatamente para não parecerem políticos?
Nada disso vai adiantar.
O que você tem que fazer é agir com maturidade e fazer uma opção consciente. Trabalhosa, chata e responsável, como a maioria delas é. Você tem que escolher bem. Eliminar os corruptos, os fascistas e os falsos moralistas; além dos religiosos que apontam o dedo para o céu, desviando a sua atenção, enquanto enfiam a mão na sua carteira.
Pare de chorar. Pare de culpar os outros.
Vá votar direito.
