“Cherchez la femme, pardieu ! Cherchez la femme”!
Olhe para a mulher, por Deus! Olhe para a mulher!
(Alexandre Dumas. Les Mohicans de Paris)
Este é um texto machista.
Um desabafo escrito para compartilhar com meus companheiros a angústia de viver num mundo onde as mulheres existem.
Se você é uma delas, não leia!
Caros amigos, as mulheres não pedem autorização para mudar a tua vida.
Às vezes são sorrateiras. Penetram insidiosamente no tecido da tua rotina e ficam lá, entranhadas nas fibras do seu dia a dia. Em pouco tempo, não consegues mais separar o grosso pano de algodão do qual eras feito do tecido imantado por cores no qual ela te transformou. Quem nunca observou aquele amigo, sacudindo sem saber as cores vivas da seda para a qual evoluiu, por força desse entranhamento de mulher, enquanto reclama com saudade do tempo em que era apenas um solitário pano de chão, jogado num canto insignificante da vida?
Às vezes, elas são claras e diretas. Um simples olhar através do salão de festas e tudo muda. Caminha na tua direção e te ofusca. Enquanto vocês conversam, ficas fascinado como uma mariposa pela lâmpada. Queres aquela luz e te jogas a ela sem medir as consequências. Sem pensar no que podes perder ou mudar. E ela entra na tua vida como um raiar do sol. Afugenta as sombras e mostra o que estava escondido naqueles cantos sujos e queridos, sobre os quais não pensavas há muito tempo.
É, meus amigos. Elas não mostram piedade.
O pai de um grande amigo, ao aconselhar um membro da nossa turma durante o desconsolo das primeiras paixões não correspondidas, postou-se em uma expressão séria e sentenciou:
— Depois que entras nesse negócio de mulher…
Todos assentimos gravemente e não falamos nada. Já havíamos sentido, àquela altura, a opressão do poder feminino.
Depois que elas invadem o nosso mundo, somos confrontados, constantemente, com as nossas limitações.
Elas possuem um sistema operacional muito mais complexo do que o nosso. Ele considera inúmeras variáveis concomitantes em seus processos de decisão: carinho, maternidade, amor, família, trabalho, sexo, compreensão… Jamais conseguiremos compreender a estrutura e os fluxos lógicos e graciosos desse programa.
O desenho do nosso software é muito mais simples e grosseiro. Nossas rotinas são compartimentadas. Futebol. Sexo. Futebol. Mulher. Futebol. Trabalho. Futebol. Filhos. Sexo. Futebol. Amigos. Videogame. Futebol no videogame. Sexo. Futebol. Algumas podem rodar ao mesmo tempo, embora não se confundam. As rotinas de sexo e amor, por exemplo, tem potencial para execução conjunta, mas como exigem muito recursos do sistema, constantemente o derrubam.
Os franceses, com a perspicácia que lhes é peculiar, tem uma expressão esclarecedora. Chercher la femme. Procure a mulher. Quando o problema parece insolúvel ou quando não há pistas para a solução do crime, procure a mulher. Ela certamente estará lá. Oculta em algum lugar da trama, geralmente como causadora e motivo de tudo.
É, meus amigos. As mulheres. Elas estão lá. E, se não estão, queríamos que estivessem. Vejam bem o paradoxo.
Mulheres. Derrubam o castelo de cartas sobre o qual estava solidamente assentada nossa vida e a refundam sobre coisas piegas, como o afeto. Intoxicam-nos e nos tornam dependentes de materiais fortes, como a família. Não há remédios conhecidos para a síndrome de abstinência de uma boa família.
Mulheres.
Deveríamos odiá-las.
São tão más que nos fazem as amar.
Cada vez mais.